domingo, 5 de março de 2017

#Proposta 1 - Técnicas de Comunicação Visual

Técnicas de Comunicação Visual

As Técnicas de Comunicação Visual proporcionam ao designer uma grande variedade de meios para a expressão visual do conteúdo. Auxiliam a transmissão da mensagem pretendida e influenciam a compreensão da mesma.  Contudo,  o facto de existirem muitas técnicas torna difícil criar definições consistentes para cada uma delas. Nesse sentido, cada uma das técnicas é definida em termos de polaridade.

  • Equilíbrio /Instabilidade

O equilíbrio é uma das técnicas visuais mais importantes, promovida pelo funcionamento da perceção humana e na necessidade da sua presença.  Enquanto, o equilíbrio  remete para a firmeza, estabilidade e harmonia, o seu oposto, instabilidade, remete para a fragilidade, inconsistência e desequilíbrio.


                                     

  • Simetria/ Assimetria
Numa manifestação visual, o equilíbrio é obtido  através da simetria ou assimetria. Simetria é uma formulação visual em que cada unidade situada de um lado de uma linha central é exatamente igual repetida do outro lado. É uma conceção marcada pela logica, simplicidade e rigor. Por sua vez, a assimetria é considerado um equilíbrio incerto. O primeiro elemento descrito remete para a equivalência, proporção e logica. Enquanto, a assimetria é marcada pelo complexidade e desequilíbrio.


  • Regularidade/ Irregularidade
A regularidade promove a uniformidade dos elementos e a criação de uma ordem baseada em princípios ou regras. Transmite a rigidez, uniformidade e ordem. Por sua vez, a irregularidade remete para o inesperado, insólito e variabilidade, e como tal, não se ajusta a nenhum plano decifrável.

  • Simplicidade/Complexidade
A simplicidade trata-se de uma técnica visual que envolve a uniformidade da forma, sem elaborações complexas ou secundarias. Por sua vez, a sua formulação visual oposta,  a complexidade, é constituída  por variadas unidades e elementos, resultando num difícil processo de organização.  O primeiro elemento remete para o natural, claro e descomplicado, enquanto o segundo traduz a dificuldade, variedade e diversidade.




  • Unidade/Fragmentação
As técnicas de unidade e fragmentação são bastante similares a simplicidade-complexidade. A unidade  (uniformidade, homogeneidade, coesão) diz respeito a um conjunto de elementos que formam uma totalidade, um equilíbrio, sendo esta percetível visualmente. A fragmentação (quebra, divisão, separação) é a decomposição dos diversos elementos e unidade em partes separadas. Apesar disso, relacionam-se entre si.


  • Economia/Profusão
Na técnica da economia é típico a presença de pequenas unidades, o que contrasta com a técnica da profusão. A economia é marcada pela contenção e moderação, promovendo uma utilização sensata dos elementos. A profusão já é caraterizada pela sua abundancia, excesso e exuberância dos detalhes. É uma técnica  visual associada ao poder e à riqueza, enquanto a economia é associada ao conservadorismo.


  • Minimização/Exagero
A minimização, tal como o próprio nome indica, recorre a elementos mínimos para captar  a atenção do observador. É um elemento que desvaloriza, diminui. Por sua vez, o exagero possui grande liberdade de manipulação dos detalhes. Recorre a um relato extravagante e excessivo numa tentativa de o intensificar.



  • Previsibilidade/Espontaneidade

A previsibilidade remete para uma ordem convencional. De facto, existe a necessidade de prever a mensagem visual através do mínimo de observação, quer seja através da experiencia, observação ou razão.  Já a espontaneidade, por outro lado, remete para a falta de planeamento. É uma técnica emotiva, impulsiva e livre.




  • Atividade/ Estase
A técnica visual atividade deve refletir a ideia de movimento, com uma postura estimulante e enérgica. Esta postura é profundamente alterada na técnica estase que , através do equilíbrio, transmite um efeito de repouso, tranquilidade e estagnação.




  • Subtileza/Ousadia
A subtileza é uma abordagem visual delicada e sofisticada, devendo ser elaborada para que as soluções sejas inovadoras. Por sua vez, a ousadia é uma técnica visual obvia. Uma vez que seu objetivo é obter a máxima visibilidade, deve ser utilizada com audácia, segurança e confiança.


  • Neutralidade/Ênfase
A neutralidade é uma das técnicas menos provocadores e simultaneamente, um dos processos mais eficaz para vencer a resistência do observador. Na técnica do enfase procura realçar-se (destaque, enaltecimento) um elemento num conjunto uniforme.


  • Transparência/ Opacidade

As polaridades técnicas da transparência e da opacidade definem-se  em termos físicos. A primeira diz respeito ao detalhes visuais visíveis, ou seja, o que se situa atras também é percetível aos olhos do observador, promovendo a nitidez e clareza. Por sua vez, a opacidade, que é exatamente o oposto, impede e ocultar os restantes elementos, tornando baço, turvo e fosco.



  • Estabildade/Variação

A estabilidade permite a criação de uma abordagem temática uniforme, coerente e segura, transmitindo a compatibilidade visual. Por sua vez, a variação é marca pelas mudanças, alterações e elaborações que a técnica sugere.

  • Exatidão/ Distorção
Nas artes visuais, a exatidão é considerado o realismo, traduzindo aquilo que o observador vê. Já a distorção modifica a realidade, sobre a qual procura controlar os efeitos.


  • Planura/ Profundidade
As duas técnicas de comunicação visual referidas, ou seja, tanto a planura como a profundidade são marcadas pela reprodução ambiental, que com a utilização dos efeitos de luz e sombra, procuram sugerir ou eliminar a aparência natural da dimensão. Como tal, estas duas técnicas seguem-se pelo uso ou ausência da perspetiva. No primeiro caso, a sua ausência marcada por elementos lisos, retos e planos; na profundidade, pela sua utilização.



  • Singularidade/ Justaposição
A singularidade é uma técnica visual que procura transmitir um enfase particular, não procurando  o apoio de outros elementos.  A justaposição traduz a interação entre diversos elementos visuais, permitindo compara-los.


  • Sequencialidade/ Acaso

A sequencialidade baseia-se na disposição de uma representação por uma ordem lógica, normalmente, pré- definida. O acaso surgere, por sua vez, a ausência de planeamento e uma desorganizçao intencional, que traduz a sua imprevisibilidade e eventualidade.
 

  • Aguadeza/ Difusão
A agudeza está ligada à clareza da mensagem visual que se procura transmitir. O efeito final deve ser simples e de fácil compreensão, facilitado pelo uso de cortonos precisos. Por sua vez, a difusão  é menos precisa, procurando apenas criar uma atmosfera agradável.


  • Repetição/ Episodicidade
A repetição diz respeito a utilização dos elementos visuais de forma ininterrupta, de modo a transmitir uma mensagem visual unificada. Por sua vez, a episocidade remete para a desconexão, para a preferência pelas relações individuais.





BIBLIOGRAFIA:

   - DONDIS, Donis A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991


- ARHEIM, Rudolf / Arte & Perceção Visual / Ed. Pioneira (Editora da Universidade de São Paulo), São Paulo, 4ª Edição, 1988


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