A palavra tipografia advém do grego: "typos" que significa forma e "graphein" que se traduz em escrita. Como tal, a tipografia trata-se de um processo de criação na composição de um texto.
A
tipografia surgiu em 3.500 a.c. O alfabeto hieróglifo do Egito é datado de
3.000 a.C, enquanto o alfabeto fenício é de 1.000 a.C e o Grego de 600 a.C. Os
tipos romanos sobreviveram desde essa altura até aos nossos dias. Este tipo de
letra, que herdou a sua forma dos alfabetos gregos e fenícios, assume uma
forma sublime. O alfabeto romano, que deu origem ao nosso atual, é de 100
d.C.
A revolução tecnológica operada por Gutenberg em 1450 permitiu a fixação da escrita em letras de chumbo, deixando de sofrer influências pelas mutuações do gesto humano. Deste modo, além de limitar a estética da letra manuscrita, também anulou os erros e variações dos copistas. A caligrafia e os manuscritos deram então origem à tipografia.
A partir deste ponto, serão os mestres tipógrafos que orientam a
evolução das letras. Com o adveio da fundição de tipos, passamos a falar de letras
fundidas, de founts, de «fontes». Como tal, ao longo dos anos vão surgindo diversos nomes,
bastante importantes para a evoluçao e desenvolvimento desta tecnologia. Em
1465, Sweynheym e Panartz criam o primeiro typeface. Inspirado pela escrita
manual, Francesco Griffo cria, em 1501, o primeiro typeface itálico. Também Claude Garamond integra esta vertente
tipográfica, destacando-se como criador de tipos.
A “Bíblia
de 42 linhas”, datada de 1455, foi o primeiro livro europeu num prelo. Poucos
anos depois, surge na Itália, em França e na Inglaterra. Em 1487 chega, por
fim, a Faro.
Este
periodo transacional para a tipografia moderna foi fortemente marcado pela
criaçao de old style typefaces por William Caslon. No mesmo sentido, John Baskerville criou typefaces
transacionais, tipos marcados pelo forte contraste existemte entre linhas finas
e grossas.
Os
desenvolvimentos operados, exigiram a substituição do arcaico sistema de Gutenberg por maquinas impressoras de
grande formato. As letras deixam de estar limitadas ao livros e jornais, e
passam tambem a estar incluidas em cartazes, anuncios, publicidade. Assim, surge
a serifa grossa. Didot cria a primeira typeface moderna. Porém, cabe a Bodoni a
criação das typefaces verdadeiramente modernas, marcadas pelo contraste entre
linhas grossas e finas, sem serifa, numa orientação vertical.
O
monopolio britanico , anteriormente citado, só veria o seu fim com o
aparecimento da maquina de escrever em 1864 pelo austríaco Mitterhofer. Para a
sua produção em série, foram desenvolvidos carateres proprios, mono-espalados,
ainda hoje utilizados no design gráfico.
Logo após o fim da primeira Guerra Mundial, a Bauhaus inicia a sua
atividade como estabelecimento de ensino, procurando formar novos arquitetos,
designers e artistas. De imediato, esta conhece um forte protagonismo.
Surgindo, assim vários tipos, ainda hoje utilizados. Eric Gill desenha o tipo
Gill Sans; em 1928, Jan Tschichold publica "Die Neue Typographie"; Paul Renner edifica Futura. Estes novos tipos
são marcados pela simplicidade, subtileza e a não utilizaçao da serifa.
A
nova composição tipográfica, segundo Jan Tschichold, era um processo gráfico que
deveria enfatizar o rigor da solução minimalista, exprimindo a hierarquia dos
conteudos. Isto foi possivel atráves do recurso a fotografia e foto-montagem.
Numa
situaçao de recuperação economica apos segunda guerra mundial, surgue a
Helvetica. Num esforço de paz, os paises necessitavam de uma letra que
transmitisse clareza, neutralidade e modernidade. Como tal, em 1961 Adrian
Frutiger disponibiliza comercialmente a Univers. Ao todo, Frutiger desenvolveu
25 fontes.
Na
década de 70, a tipografia passou a estar limitada a fotografia. Porém, rapidos
desenvolvimentos tecnologicos permititram que esta usufruisse das vantagens do
software. Otl Aicher foi um dos primeiros a criar e a variar caracteres,
assistido por um computador.
Em
1999, a Microsoft e a Adobe juntaram-se para criar um novo formato para fontes tipográficas,
permitindo a inclusão de inúmeros caracteres numa só fonte. Hoje, existe então a possibilidade de aceder a
um conjunto vasto e diversificado de glifos.
Bibliografia:
-
Heitlinger, Paulo, Tipografia, origens, formas e uso das letras, Ed. Dinalivro,
Lisboa
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