terça-feira, 21 de março de 2017

#Proposta 2 - História da Tipografia

A segunda proposta de trabalho deste semestre consiste na criação de uma composição tipográfica. Neste sentido, consideramos importante proceder primeiramente a uma breve contextualização.

A palavra tipografia advém do grego: "typos" que significa forma e "graphein" que se traduz em escrita. Como tal, a tipografia trata-se de um processo de criação na composição de um texto.



A tipografia surgiu em 3.500 a.c. O alfabeto hieróglifo do Egito é datado de 3.000 a.C, enquanto o alfabeto fenício é de 1.000 a.C e o Grego de 600 a.C. Os tipos romanos sobreviveram desde essa altura até aos nossos dias. Este tipo de letra, que herdou a sua forma dos alfabetos gregos e fenícios, assume uma forma sublime.  O alfabeto romano, que deu origem ao nosso atual, é de 100 d.C.





A revolução tecnológica operada por Gutenberg em 1450 permitiu a fixação da escrita em letras de chumbo, deixando de sofrer influências pelas mutuações do gesto humano. Deste modo, além de limitar a estética da letra manuscrita, também anulou os erros e variações dos copistas. A caligrafia e os manuscritos deram então origem à tipografia.






A partir deste ponto, serão os mestres tipógrafos que orientam a evolução das letras. Com o adveio da fundição de tipos, passamos a falar de letras fundidas, de founts, de «fontes».  Como tal, ao longo dos anos vão surgindo diversos nomes, bastante importantes para a evoluçao e desenvolvimento desta tecnologia. Em 1465, Sweynheym e Panartz criam o primeiro typeface. Inspirado pela escrita manual, Francesco Griffo cria, em 1501, o primeiro typeface itálico.  Também Claude Garamond integra esta vertente tipográfica, destacando-se como criador de tipos.


A “Bíblia de 42 linhas”, datada de 1455, foi o primeiro livro europeu num prelo. Poucos anos depois, surge na Itália, em França e na Inglaterra. Em 1487 chega, por fim, a Faro. 


O video seguinte trata-se de uma demonstração da prensa criada por Gutenberg. Apesar de ser uma inovação para a época, ainda era bastante dificil de trabalhar, exigindo bastante esforço.






Já no século XVIII, o século das Luzes, o livro impresso foi visto e considerado como um elemento essencial para o avanço intelectual da sociedade. Como tal, foi durante esta época que foram impressos grande parte dos livros europeus sobre o seu património cultural. A tipografia britanica vai mesmo impor-se como um fator de concorrência para com as potencias europeias.


Este periodo transacional para a tipografia moderna foi fortemente marcado pela criaçao de old style typefaces por William Caslon. No mesmo sentido,  John Baskerville criou typefaces transacionais, tipos marcados pelo forte contraste existemte entre linhas finas e grossas.





Os desenvolvimentos operados, exigiram a substituição do arcaico sistema  de Gutenberg por maquinas impressoras de grande formato. As letras deixam de estar limitadas ao livros e jornais, e passam tambem a estar incluidas em cartazes, anuncios, publicidade. Assim, surge a serifa grossa. Didot cria a primeira typeface moderna. Porém, cabe a Bodoni a criação das typefaces verdadeiramente modernas, marcadas pelo contraste entre linhas grossas e finas, sem serifa, numa orientação vertical.
O monopolio britanico , anteriormente citado, só veria o seu fim com o aparecimento da maquina de escrever em 1864 pelo austríaco Mitterhofer. Para a sua produção em série, foram desenvolvidos carateres proprios, mono-espalados, ainda hoje utilizados no design gráfico.
Logo após o fim da primeira Guerra Mundial, a Bauhaus inicia a sua atividade como estabelecimento de ensino, procurando formar novos arquitetos, designers e artistas. De imediato, esta conhece um forte protagonismo. Surgindo, assim vários tipos, ainda hoje utilizados. Eric Gill desenha o tipo Gill Sans; em 1928, Jan Tschichold publica "Die Neue Typographie";  Paul Renner edifica Futura. Estes novos tipos são marcados pela simplicidade, subtileza e a não utilizaçao da serifa.


A nova composição tipográfica, segundo Jan Tschichold, era um processo gráfico que deveria enfatizar o rigor da solução minimalista, exprimindo a hierarquia dos conteudos. Isto foi possivel atráves do recurso a fotografia e foto-montagem.
Numa situaçao de recuperação economica apos segunda guerra mundial, surgue a Helvetica. Num esforço de paz, os paises necessitavam de uma letra que transmitisse clareza, neutralidade e modernidade. Como tal, em 1961 Adrian Frutiger disponibiliza comercialmente a Univers. Ao todo, Frutiger desenvolveu 25 fontes.
Na década de 70, a tipografia passou a estar limitada a fotografia. Porém, rapidos desenvolvimentos tecnologicos permititram que esta usufruisse das vantagens do software. Otl Aicher foi um dos primeiros a criar e a variar caracteres, assistido por um computador.
Em 1999, a Microsoft e a Adobe juntaram-se para criar um novo formato para fontes tipográficas, permitindo a inclusão de inúmeros caracteres numa só fonte.  Hoje, existe então a possibilidade de aceder a um conjunto vasto e diversificado de glifos.




Bibliografia:

- Heitlinger, Paulo, Tipografia, origens, formas e uso das letras, Ed. Dinalivro, Lisboa

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